Tuesday, May 22, 2007

sobe e desce

Os leitores mais atentos do Público terão notado que o jornal se assume cada vez mais como o porta-voz de uma certa tendência de direita, que é a do seu director, e se foi tornando cada vez mais a do jornal. E isso vê-se não nos artigos de opinião, mas naquelas peças em que é suposto o jornal registar, relatar, noticiar, e não opinar.
Um dos barómetros ideológicos mais interessantes é o das setinhas para cima e para baixo na última página do jornal. Supostamente serve para avaliar performances e não para criticar a posição ideológica do avaliado. Mas não é assim. Dois exemplos. Aquando da OPA, Fernando Rosas terá reivindicado uma tomada de posição do governo no sentido de impedir a operação e evitar os milhares de despedimentos que se anunciavam. Seta para baixo no público. E porquê? Porque se queria opor ao livre funcionamento do mercado e impor a decisão do estado sobre a dos accionistas. Numa palavra, por não achar que devem ser os accionistas a decidir da vida de milhares de pessoas. O segundo exemplo é ainda mais enigmático. Aquando da eleição de Mário Nogueira na Fenprof, este levava uma seta para baixo. Mas o estranho era o tom neutral do texto que acompanhava a nota negativa. Uma breve descrição de Nogueira em que era apresentado como militante comunista. E a anunciar que tinha prometido combater a política do governo e defender a escola pública.

1 Comments:

Blogger Nuno Castro said...

Pois, pois, quando eles falam de pluralismo democrático é só pa inglês ver. Basta olhar para as fotografias dos colaboradores nos artigos de opinião: que leque tão pluralístico de opiniões!!!

11:38 AM  

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