It's the Economy or are we simply stupid?
Eu sou daqueles que considera extremamente salutar a discussão da localização do aeroporto até à exaustão. Neste interim, movimentam-se milhões. Empresas de estudos de impacto ambiental arrecadam boas maquias. Os técnicos, geralmente professores universitários que, noutros contextos se queixam do pecúlio que auferem, amanham-se com milhares de contos o que dá para financiar as pequenas empresas de consultoria que gerem em paralelo com as suas actividades académicas. Por sua vez, estas pequenas empresas de consultoria empregam outros técnicos, com menos nome no mercado, a preços bem mais razoáveis, o que favorece um decréscimo no custo dos factores variáveis de produção. Estes últimos ainda sub-contratam outros que se encontram mais abaixo na escala de prestígio e que funcionam como tarefeiros qualificados.
Do outro lado, não do Tejo, mas num mundo oposto às locubrações da academia, mexem-se como formigas em atarefado carreiro os gestores de todos os grandes e pequenos negócios que uma tal empresa acarreta: os gestores imobiliários telefonam aos amigos para que estes comecem a especular sobre o valor dos terrenos; enquanto a coisa se encontra num impasse, “task forces” e comités reunem-se em hotéis de luxo, em salas climatizadas, e apresentam os estudos que foram encomendados ao primeiro grupo aqui referido. Grandes almoçaradas e jantaradas, onde se encontram todos estes nababos, alimentam a indústria da restauração que por sua vez paga ordenados de miséria aos trabalhadores imigrantes com estatuto temporário – o que, a bem dizer, é melhor do que estar no desemprego. Só aqui já a economia se sobressaltou e distendeu em espasmos negociais não sei quantas vezes; e ainda nem sequer um metro de terra foi terraplanado ou um balde de alcatrão foi posto ao lume.
O contribuinte, que geralmente tem uma visão minimal destas coisas, não consegue vislumbrar a bigger picture, como dizem os britânicos. Por isso não se apercebe que aquilo que aparentemente surge como porfia política, cuja finalidade passa por ser a conquista de espaços numa guerra (ideológica? partidária?) posicional, não é mais do que um estímulo multiplicador para a economia. Que estas duas dimensões se confundam cada vez mais, eis o que o neoliberalismo conseguiu na perfeição.
Do outro lado, não do Tejo, mas num mundo oposto às locubrações da academia, mexem-se como formigas em atarefado carreiro os gestores de todos os grandes e pequenos negócios que uma tal empresa acarreta: os gestores imobiliários telefonam aos amigos para que estes comecem a especular sobre o valor dos terrenos; enquanto a coisa se encontra num impasse, “task forces” e comités reunem-se em hotéis de luxo, em salas climatizadas, e apresentam os estudos que foram encomendados ao primeiro grupo aqui referido. Grandes almoçaradas e jantaradas, onde se encontram todos estes nababos, alimentam a indústria da restauração que por sua vez paga ordenados de miséria aos trabalhadores imigrantes com estatuto temporário – o que, a bem dizer, é melhor do que estar no desemprego. Só aqui já a economia se sobressaltou e distendeu em espasmos negociais não sei quantas vezes; e ainda nem sequer um metro de terra foi terraplanado ou um balde de alcatrão foi posto ao lume.
O contribuinte, que geralmente tem uma visão minimal destas coisas, não consegue vislumbrar a bigger picture, como dizem os britânicos. Por isso não se apercebe que aquilo que aparentemente surge como porfia política, cuja finalidade passa por ser a conquista de espaços numa guerra (ideológica? partidária?) posicional, não é mais do que um estímulo multiplicador para a economia. Que estas duas dimensões se confundam cada vez mais, eis o que o neoliberalismo conseguiu na perfeição.
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