Tuesday, June 12, 2007

Sarko de lacraus


É com alguma apreensão que devem ser entendidos os esforços para retomar uma símile da constituição europeia. Depois do voto “contra” macivo dos franceses e dos holandeses poucas esperanças restavam que a constituição renascesse qual phoenix saída das cinzas. Sobretudo porque um dos principais proponentes desta versão aligeirada foi igualmente um dos seus principais críticos na sua versão mais consagratória. Sarkozy é o homem que aparece agora a apelar a um mini-tratado onde as reformas essenciais sejam contempladas. Blair prestou-se rapidamente a secundar a opção instruindo, segundo os boatos, Gordon Brown a fazer o mesmo. Dado que este só estará em cima da mesa para discussão lá para meados de Dezembro, será Brown a fazer as exéquias da defunta constituição e a dar o banho lustral ao tratado miniatura. Assim de repente temos portanto a Inglaterra, a França e as insuspeitas Polónia e República Checa por detrás do mini-tratado. A Inglaterra é o suspeito do costume: não gosta nem sequer da palavra constituição. Os outros três são estranhos companheiros de ocasião. Se a ideia de constituição, com os seus contornos mais federalistas, foi liminarmente afastada pelos franceses - entre eles o partido de Sarkozy que nunca fez grandes esforços para vender a ideia -, é com suspeição que esta nova tentativa deve ser encarada. O que serão “as reformas fundamentais” de que fala Sarkozy e para as quais os mecanismos decisórios próprios da União não se afiguram suficientes?

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