Eu queria ser Saramago, lálá lálá lálááá
A homens pretensamente sérios tolda-se-lhes a razão quando se fala de Saramago. Luminárias da nossa praça letrada não conseguem reprimir, nem por decoro, o seu ódio, dir-se-á mesquinho, ao velho escritor. E a acusação é marcial: sem apelo nem agravo – esfole-se!
Leio aqui e aqui que Saramago é mau escritor. Um deles, o Tunhas, nem se dá ao trabalho de elencar razões que sustentem o seu julgamento. É mau porque ele diz que é mau – mai nada! Lembra um tal de Sousa Lara que em tempos invectivava Saramago colocando-o sob o libelo de analfabeto, que não sabia pôr vírgulas e que não semeava onde devia os pontos finais. No Lara, que não subsistiu, como a canção, foi-lhe colocado um ponto final; a Saramago, pelo contrário, foi-lhe concedido o Nobel. Ter-se-á o Lara roído com tamanha ironia, conquanto injusta, do destino? Não interessa, sinceramente. E não interessa porque as acusações actuais são ainda menos especiosas, mas nem por isso menos capciosas. O Tunhas alega ter lido dois calhamaços de ensaios de Coetzee, e talvez por os ter lido, ou só por agora os ter lido, chegou à conclusão que Saramago é mau. Do outro lado, não tão assim afastado, porque as afinidades electivas, como é sabido, encurtam o espaço, diz o Pitta que sim senhora, que concorda e que desde os discursos de Américo Thomaz que não havia nada tão mau na prosa portuguesa. Prosápia não lhes falta. O Pitta também não evoca nenhum argumentário literário, nem tão-pouco uma nesga de cânone que, em virtude das suas capacidades excludentes, pusesse Saramago à míngua de reconhecimento. Se é verdade que Coetzee possui autoridade de sobra para discretear sobre grandes e médios vultos literários, nunca ele comete o pecadilho de dizer, mediocremente, este escritor é mau porque eu acho que ele é mau. Temos portanto o primeiro corolário: o Tunhas emborcou os ensaios do Coeetze, mas não foi por isso que aprendeu o que é criticar um autor. O Pitta é escritor consumado e com provas dadas, mas não é por isso que tem autoridade para criticar Saramago; pelo menos enquanto esta crítica se valer de uma obstinada birra pessoal.
Leio aqui e aqui que Saramago é mau escritor. Um deles, o Tunhas, nem se dá ao trabalho de elencar razões que sustentem o seu julgamento. É mau porque ele diz que é mau – mai nada! Lembra um tal de Sousa Lara que em tempos invectivava Saramago colocando-o sob o libelo de analfabeto, que não sabia pôr vírgulas e que não semeava onde devia os pontos finais. No Lara, que não subsistiu, como a canção, foi-lhe colocado um ponto final; a Saramago, pelo contrário, foi-lhe concedido o Nobel. Ter-se-á o Lara roído com tamanha ironia, conquanto injusta, do destino? Não interessa, sinceramente. E não interessa porque as acusações actuais são ainda menos especiosas, mas nem por isso menos capciosas. O Tunhas alega ter lido dois calhamaços de ensaios de Coetzee, e talvez por os ter lido, ou só por agora os ter lido, chegou à conclusão que Saramago é mau. Do outro lado, não tão assim afastado, porque as afinidades electivas, como é sabido, encurtam o espaço, diz o Pitta que sim senhora, que concorda e que desde os discursos de Américo Thomaz que não havia nada tão mau na prosa portuguesa. Prosápia não lhes falta. O Pitta também não evoca nenhum argumentário literário, nem tão-pouco uma nesga de cânone que, em virtude das suas capacidades excludentes, pusesse Saramago à míngua de reconhecimento. Se é verdade que Coetzee possui autoridade de sobra para discretear sobre grandes e médios vultos literários, nunca ele comete o pecadilho de dizer, mediocremente, este escritor é mau porque eu acho que ele é mau. Temos portanto o primeiro corolário: o Tunhas emborcou os ensaios do Coeetze, mas não foi por isso que aprendeu o que é criticar um autor. O Pitta é escritor consumado e com provas dadas, mas não é por isso que tem autoridade para criticar Saramago; pelo menos enquanto esta crítica se valer de uma obstinada birra pessoal.
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