Boys will be Boys
Toda a gente sabe que os processos de saneamento quando mudam cabinetes políticos são comuns. Toda a gente conhece que, numa câmara municipal, quando muda a cor do poder há uma enxurrada que se precipita da cúpula para a base visando limpar os resquícios, empecilhos e elementos mal digeridos do anterior executivo. O PSD fê-lo, eventualmente com mais denodo do que nenhum outro. O CDS-PP, o PCP e até o BE fazem-no. Não percebo o espanto pelo PS reincidir na mesma prática.
Quando se herda a estrutura anterior ela vem cheia de bloqueios, de lealdades indefectíveis e de patrocínios políticos que dificilmente são ajustáveis à nova gestão. Parvos são aqueles que não procedem a um movimento de eleminação, afastamento e despromoção selectivos. A verdade – que o burburinho do populismo democrático tende a encobrir – é que quando não se mexe nestas estruturas a organização tende a ser ingovernável. Isto não causa particular repulsa na iniciativa privada, onde tal processo acontece com a mesma frequência com que se mudam administrações, chefias e departamentos. Chamam-lhe, eufemisticamente, reestruturação.
Por alguma razão que se encontra longe de ser evidente as reestruturações de natureza partidária causam grande borburinho e aflição. Convém antes de mais dizer que tais reestruturações não são políticas, são partidárias. Não há mudanças fundamentais nas políticas, até porque a teia de envolvimentos, contactos e pendências em que uma Câmara se encontra enredada possui uma inércia própria. Por conseguinte, são mudanças estratégicas, certo, mas que respondem a uma estratégia particular: de índole partidária. Nada disto deveria fazer confusão – as oposições não são apenas factores bloqueantes no parlamento. Elas possuem igualmente essa propriedade na prática das organizações públicas, sobretudo quando o anterior enquistamente de lealdades é rompido abruptamente. A crença nos mecanismos meritocráticos num jogo cujas regras decorrem fundamentalmente da competição partidária é uma ingenuidade ou, mais prosaicamente, uma tolice.
Quando se herda a estrutura anterior ela vem cheia de bloqueios, de lealdades indefectíveis e de patrocínios políticos que dificilmente são ajustáveis à nova gestão. Parvos são aqueles que não procedem a um movimento de eleminação, afastamento e despromoção selectivos. A verdade – que o burburinho do populismo democrático tende a encobrir – é que quando não se mexe nestas estruturas a organização tende a ser ingovernável. Isto não causa particular repulsa na iniciativa privada, onde tal processo acontece com a mesma frequência com que se mudam administrações, chefias e departamentos. Chamam-lhe, eufemisticamente, reestruturação.
Por alguma razão que se encontra longe de ser evidente as reestruturações de natureza partidária causam grande borburinho e aflição. Convém antes de mais dizer que tais reestruturações não são políticas, são partidárias. Não há mudanças fundamentais nas políticas, até porque a teia de envolvimentos, contactos e pendências em que uma Câmara se encontra enredada possui uma inércia própria. Por conseguinte, são mudanças estratégicas, certo, mas que respondem a uma estratégia particular: de índole partidária. Nada disto deveria fazer confusão – as oposições não são apenas factores bloqueantes no parlamento. Elas possuem igualmente essa propriedade na prática das organizações públicas, sobretudo quando o anterior enquistamente de lealdades é rompido abruptamente. A crença nos mecanismos meritocráticos num jogo cujas regras decorrem fundamentalmente da competição partidária é uma ingenuidade ou, mais prosaicamente, uma tolice.
0 Comments:
Post a Comment
Subscribe to Post Comments [Atom]
<< Home