A economia dos feriados
Os empresários portugueses são um pouco coriáceos. Não há país europeu civilizado onde o debate sobre o crescimento económico recaia sistematicamente no horror dos feriados e do tempo livre. O problema, parece, encontraria a sua solução abolindo feriados e o pressuposto excesso de tempo livre. As especulações cínicas dos nossos empresários são de uma fragilidade confrangedora quando aquilatadas contra os factos. Vale a pena um pequeno exercício de aritmética escolar.
Portugal, dizem os nossos garbosos empresários, sofre duma ociosidade insanável, porque, vejam lá, tem 14 feriados nacionais. Isto é fatal para a economia, por isso é que temos o crescimento do PNB em 2006 mais baixo dos 27 países da União Europeia (incluindo os chamados accession countries). O mais baixo dos 27, a 1,3%, convém sublinhar.
A nossa vizinha Espanha tem 9 feriados nacionais, mais todos os feriados Regionais, que ascendem a mais de 20. Crescimento PNB, 3,9%. A Finlândia tem 12 feriados nacionais e um crescimento de 5,5% do PNB em 2006. A Áustria tem 13 feriados nacionais, e um crescimento 3,1% em 2006. A Irelanda tem 10 feriados nacionais e um crescimento de PNB de 6% em 2006. E finalmente a Dinamarca tem 14 feriados nacionais – pasme-se – tantos como Portugal e um crescimento de PNB de 3,2% em 2006. O exercício pode ser repetido para quase todos os países da União Europeia. O PNB português que cai a pique desde 1997 dificilmente é explicável pelos dias feriados. É que quando era de 4,8 (1997) os feriados continuavam a ser...14.
Estou consciente que esta relação é forçada e meramente especulativa. Mas também as desculpas esfarrapadas das nossas confederações patronais o são.
Comecem mas é a investir e a criar emprego em vez de se banharem em faustos obscenos!
Portugal, dizem os nossos garbosos empresários, sofre duma ociosidade insanável, porque, vejam lá, tem 14 feriados nacionais. Isto é fatal para a economia, por isso é que temos o crescimento do PNB em 2006 mais baixo dos 27 países da União Europeia (incluindo os chamados accession countries). O mais baixo dos 27, a 1,3%, convém sublinhar.
A nossa vizinha Espanha tem 9 feriados nacionais, mais todos os feriados Regionais, que ascendem a mais de 20. Crescimento PNB, 3,9%. A Finlândia tem 12 feriados nacionais e um crescimento de 5,5% do PNB em 2006. A Áustria tem 13 feriados nacionais, e um crescimento 3,1% em 2006. A Irelanda tem 10 feriados nacionais e um crescimento de PNB de 6% em 2006. E finalmente a Dinamarca tem 14 feriados nacionais – pasme-se – tantos como Portugal e um crescimento de PNB de 3,2% em 2006. O exercício pode ser repetido para quase todos os países da União Europeia. O PNB português que cai a pique desde 1997 dificilmente é explicável pelos dias feriados. É que quando era de 4,8 (1997) os feriados continuavam a ser...14.
Estou consciente que esta relação é forçada e meramente especulativa. Mas também as desculpas esfarrapadas das nossas confederações patronais o são.
Comecem mas é a investir e a criar emprego em vez de se banharem em faustos obscenos!
1 Comments:
Uma grande percentagem dos portugueses que fazem parte do grupo a que se chama de população activa, não sabe distinguir claramente o momento de estar concentrado no posto trabalho a desempenhar as funções para as quais é pago, do momento de estar com os amigos, familiares ou outros a gozar do seu tempo livre. A isto chamam os matemáticos que se ocupam da estatística, de baixa produtividade. Eu pessoalmente chamo de falta de respeito , egoísmo, desinteresse, etc.
Abram os olhos de uma vez por todas: O problema deste país é cultural! As pessoas não querem trabalhar, querem dinheiro fácil. E os mais jovens agora querem é apostar na NET em jogos de futebol, corridas de cavalos, roleta, etc......
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