Friday, May 25, 2007

Kultur

A resposta do Bruno Dias ao meu post sobre "os livros da minha vida" suscitou-me a seguinte reflexão: ou a esquerda considera legítimo que se pague a cultura porque esta obedece aos mesmos mecanismos de mercado a que obedece o preço do carapau ou do xarroco; ou a esquerda pensa que a cultura é para uma elite, elite essa que por sê-lo pode pagá-la a preços de mercado não tendo por isso que obter qualquer privilégio. As duas posições causam-me um ligeiro desconforto pelo facto de não perceber onde é que se encontra a diferença entre “isto” e o mercado. A primeira enuncia que se há procura ela deva ser paga consoante a utilidade marginal do produto – muito de acordo com os cânones do marginalismo. A segunda diz que a procura é localizada e centrada num grupo e que a sua utilidade marginal resulta de um grupo particular lhe atribuir um determinado valor – bastante em consonância com o marginalismo, mas um tudo-nada mais elitista. E se a cultura fosse simplesmente um direito?

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