A Madrasta europeia!
Duas coisas se me oferecem dizer sobre esta fotografia. Primeiro, o facto de ter suscitado tão iradas e vexadas reacções obriga a pensar que a retórica da liberdade de expressão não passa disso mesmo: retórica. Segundo, Merkel é dona de uma carinha laroca que vai bem em qualquer corpinho. Duas razões para estender a análise.
Quase que corria o risco de comparar este caso com as caricaturas de Maomé. Que falta de tolerância têm estes alemães que, ao ver a sua chanceler representada de forma ominosa, não conseguem reprimir – como mandam as regras de contenção da liberdade negativa – o seu protesto? Diríamos que não é mais do que um exemplo de liberdade de expressão da máquina jornalística. A representação revela “falta de gosto”, é “insultuosa”, etc, etc, são algumas das críticas com que deparamos folheando algumas páginas web de jornais alemães. Dir-me-ão: mas não vão para a rua partir montras nem pegar fogo aos carros. Verdade; mas talvez porque não precisem. Quem tem toda a imprensa de joelhos a amplificar as suas críticas e a transmiti-las para o resto do mundo, não precisa de se amotinar para chamar a atenção.
O segundo aspecto é ainda mais interessante. A revista que publicou a montagem, pasme-se, é uma revista conservadora. Os polacos, dizem os jornais, gostaram e ficaram babados com a afirmação nacionalista que a imagem subentende. O que se afigura deveras engraçado é que o seu director justificou a traquinice pelo facto de ser um busto de uma modelo de...21 anos. Esta precisão é significativa da esquizofrenia em que vivemos. Na católica Polónia é preciso avisar a navegação sobre a idade da pequena não vá a revista ser acusada de assalto aos bons costumes. Mas o nacionalismo pegajento que a imagem denota, sendo a sua real intenção, não precisa nem de caução nem de questionamento. A carne, meu deus, é a carne!
Quase que corria o risco de comparar este caso com as caricaturas de Maomé. Que falta de tolerância têm estes alemães que, ao ver a sua chanceler representada de forma ominosa, não conseguem reprimir – como mandam as regras de contenção da liberdade negativa – o seu protesto? Diríamos que não é mais do que um exemplo de liberdade de expressão da máquina jornalística. A representação revela “falta de gosto”, é “insultuosa”, etc, etc, são algumas das críticas com que deparamos folheando algumas páginas web de jornais alemães. Dir-me-ão: mas não vão para a rua partir montras nem pegar fogo aos carros. Verdade; mas talvez porque não precisem. Quem tem toda a imprensa de joelhos a amplificar as suas críticas e a transmiti-las para o resto do mundo, não precisa de se amotinar para chamar a atenção.
O segundo aspecto é ainda mais interessante. A revista que publicou a montagem, pasme-se, é uma revista conservadora. Os polacos, dizem os jornais, gostaram e ficaram babados com a afirmação nacionalista que a imagem subentende. O que se afigura deveras engraçado é que o seu director justificou a traquinice pelo facto de ser um busto de uma modelo de...21 anos. Esta precisão é significativa da esquizofrenia em que vivemos. Na católica Polónia é preciso avisar a navegação sobre a idade da pequena não vá a revista ser acusada de assalto aos bons costumes. Mas o nacionalismo pegajento que a imagem denota, sendo a sua real intenção, não precisa nem de caução nem de questionamento. A carne, meu deus, é a carne!
Finalmente, sim a fotografia é de um mau gosto completo. Mas viva a liberdade de expressão!
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