Monday, July 02, 2007

Hey Joe!


Berardo é a face do burgesso português. Neste caso, o burgesso rico, muitíssimo rico. Aquele que está sempre a atirar o dinheiro que tem à cara dos outros e que despreza o conhecimento e a intelectualidade. Berardo não vive num espaço antinómico como alguns se apressam a salientar: então como poderia ele desprezar a intelectualidade e comprar tanta arte? – crispam-se alguns, do mesmo lado “burgessante”, com os caninos salientes em defesa de sua majestade, o Joe. Neste conluio de “fachos” reconvocados com os capitalistas da nação impera aquilo que mais nojo mete no Portugal contemporâneo, a sabujice a quem tem o poder monetário, a quem pode comprar e vender sem qualquer respeito por aquilo que se compra e vende. Nesta animosidade contra Mega Ferreira mostrada por parte da blogosfera encontra-se a admiração tacanha pelo self-made man a quem se outorga o direito de escarrar em tudo e todos. O negócio que Berardo conseguiu do Estado português é uma afronta. Assim como é uma afronta os termos a que Berardo recorre para se referir a este contrato e à sua colecção em geral. Não me surpreenderia se Berardo tivesse alguém a escolher as obras de arte, um marchant d´art privado a quem Berardo confia os seus milhões para que faça bons investimentos. A maneira enfatuada com que Berardo fala da sua colecção; o que não diz sobre ela e o que deixa entrever de redundante e trivializante levam a pensar que Berardo tanto podia ter uma coleção de arte como de cachimbos que o resultado seria o mesmo.

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