Anestesia Internacional
Facto relevante da incapacidade, ou mesmo incomodidade, da Amnistia Internacional é a tibieza com que enfrenta as acusações do Vaticano em relação ao aborto. A directora da AI em Portugal diz-se “triste” com a reacção do Vaticano, porque a Amnistia não “tem uma posição pró-aborto”. Não tem, mas devia ter. Sabemos que, e lá vem mais uma vez a pesada questão dos compromissos, a AI tem que ter cuidado com o que diz o Vaticano: dele se verte muito dinheiro, e a capacidade de arregimentação para causas pode bem ser bloqueada por esse mesmo bastião da igreja católica. A ameaça proferida pelo cardeal Renato Martino, convocando os cristão de todo o mundo a boicotar a AI caso esta apoie o aborto, assemelha-se estranhamente às fatwas lançadas pelos imãs islâmicos a que nós nos habituámos a considerar primitivas. Talvez porque esta venha do Vaticano, e este se encontre na frente de batalha pela civilização, a reacção de repulsa que geralmente é provocada por reptos de fanatismo religioso não se fez sentir na opinião pública; nem os media comentaram a irracionalidade de um tal repto, arrolando-o à genérica categoria de fanatismo...católico.
A AI podia ter um papel de denúncia tanto quanto à intransigência da igreja católica como à liberdade da mulher para abortar. Em vez disso prefere esconder-se por detrás de justificações hipocritamente decorrentes da santidade dos direitos humanos, como se uma mulher para abortar tivesse que invocar uma qualquer convenção internacional e não o simples direito ao seu corpo.
A AI podia ter um papel de denúncia tanto quanto à intransigência da igreja católica como à liberdade da mulher para abortar. Em vez disso prefere esconder-se por detrás de justificações hipocritamente decorrentes da santidade dos direitos humanos, como se uma mulher para abortar tivesse que invocar uma qualquer convenção internacional e não o simples direito ao seu corpo.
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