Thursday, November 22, 2007

Precariedade

Leio que vão lançar 120 trabalhadores da CML no desemprego. Leio que o director da Direcção Municipal de Recursos Humanos aufere 5.500 euros mensais. Leio que foi por mando deste senhor que os precários do recibo verde vão ver os seus contratos terminados. Não se avançam razões substantivas para as escolhas. Leio que a selecção foi feita arbitrariamente; que não seguiu nenhum critério e que dentre os que vão para rua alguns mantinham laços contratuais com a Câmara há mais de dez anos.
Se há coisa que a Câmara de Lisboa tem dificuldade em disfarçar é o excesso de funcionários, assessores e outros subordinados políticos. Os ordenados destes empregados são, geralmente, escandalosos, para uma Câmara que se encontra insolvente e que tantos problemas de orçamento tem. Daí que, o mínimo que se poderia exigir, era critérios transparentes para a rescisão dos contratados a recibo verde, sem que isso implicasse desistir do processo de restruturação. Aliás, seria salutar, e benéfico para a transparência destes processos, se um inventário das necessidades em cada sector por comparação aos recursos fosse feito público, para que se perceba quem e quais as razões que levaram ao despedimento. Devendo, no entanto, preceder o despedimento colectivo.
O Estado adianta-se assim à iniciativa privada, dando exemplo de manipulação de situações de precaridade laboral.

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