Retratação
Não me interpretem mal. Considero o Gonçalo M. Tavares o melhor escritor da nova geração, mesmo que não me identifique com aquilo que alguns chamaram de o seu projecto literário. Desde cedo que admiro a sua poesia - desde "O livro da dança" (acho que é assim) e do "Investigações, Novalis". Tenho mais dificuldade em empatizar com o projecto O Bairro; e por vezes o seu pedantismo de bibliómano deixa-me desconfortável. Tirando isso, M. Tavares constitui uma revelação literária.
Todavia, não morri de amores pelo "Jerusalém"; ou seja, não me rendi. Devo concluir que estou mais inclinado para a sua poesia e para as pequenas histórias do que para os romances - que não são romances propriamente ditos: obras intercaladas com espíritos movediços; memórias literárias deslocadas e com uma tal multiplicidade de referentes que se perdem na sua indexação.
Dito isto, M. Tavares surpreende. Sim, a prosa cortante e sólida fere como um machado fende a carne de uma árvore.
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