Wednesday, June 13, 2007

Gajas por Lisboa






Lisboa é um caos. Não há forma de negá-lo. É caca de cão por todo o lado; é os jardins de erva murcha a empalidecerem os pulmões da capital; é o Monsanto sem vida, abandonado a desportistas e fanáticos do alterofilismo; e é o Parque Mayer desprezado pelos lisboetas apesar da sua ecléctica oferta cultural. Lisboa precisa de um novo Camões para cantar os feitos dos corvos que navegam na sua caravela cheia de verdete.
Perante isto, a única escolha que podemos fazer para a próxima liderança da capital tem que ser criteriosa e pautar-se pelos mais altos desígnios de compromisso e afeição pelas pedras da calçada, reavivando, se possível, o teleférico que liga o Sousa Martins à Almirante Reis, desejo expresso mediunicamente pelo próprio em conversa com a Santa da Ladeira.
Mas como escolher, dada a qualidade dos candidatos e a inovação trazida pelos seus programas? Como garantir que a cidade das sete colinas não fica sem umas tantas como resultado de projectos megalómanos enfiados pela garganta abaixo dos lisboetas por algum Lopes ou Soares?
Vendo-me a braços com estas questões prementes; querendo contribuir para um futuro onde as crianças só possam enrolar dejectos de cão, em pequenas quadrículas de papel mate, em áreas concecionadas para o efeito, optei por um sistema consciencioso e, julgo, garantidor de uma escolha responsável – a tromba das gajas que fazem parte das listas de candidatos. Porém, não querendo parecer demasiado prosaico, quiçá até rude e infundamentado, há um je ne sais quoi que me guia a escolha: não é tanto as gajas de per si, mas aquilo que os responsávei pela imagem de campanha conseguiram fazer com elas. Se estes conseguiram recauchutar uns tantos trombis, o que não conseguirão fazer pela aparência de Lisboa.
Como não sou sexista e respeito a escolha dos eleitores decidi não pôr uma legenda indicando a que partido pertence cada uma das contempladas. Cabe ao votante consciencioso optar com razoabilidade.

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