Curtas
Portas copia 62.000 documentos do Ministéria da Defesa, alguns deles com o carimbo de confidencial. O que me preocupa não é tanto que Portas tenha abusado de informação do Estado, que é afinal paga por todos nós, como bem diz o BB no DN. Preocupa-me quem é que teve de carregar com a pilha titânica, tanto para a fotocopiadora como para casa de Portas. Essa (ou esse) é que podem ter razões de queixa.
Vasco Graça Moura, que raramente insiste em referendar decisões ou sequer em expandir processos decisórios democráticos, mostra-se particularmente preocupado com o Tratado de Lisboa. Pretende que este seja referendado, e sobretudo em Portugal. Segundo o plumitivo, foi isso que ficou acordado em período eleitoralista; por conseguinte, deve o tal princípio ser posto em prática e quanto antes. Não vê Graça Moura que se Portugal referendasse o tratado e se por hipótese a decisão fosse negativa, os outros Estados-membros se estariam a cagar? Ou julgará, na sua compulsão megalómana, que um “não” português produziria o mesma impacto que o “não” francês e holandês? Referendar o tratado como excepção portuguesa, num contexto em que os outros estados são maioritariamente contra o referendo, só serviria para mostrar quão frágil é Portugal nesta grande União.
Alguns de nós ainda vivem no canto X dos Lusíadas.
Em Itália, as medidas dramáticas propostas pela coligação encabeçada por Prodi, afinal não vão avante. Refiro-me à possibilidade de uma “extradição em massa” da população cigana após o estupro e assassinato alegadamente cometidos por um membro daquela comunidade. Optou-se pela mais legal forma de avaliar casos isoladamente, já que extraditar grupos é expressamente contra qualquer convenção de direitos humanos. Concomitantemente, a França e a Bélgica começaram a dar ordem de repatriamento a diversos ciganos romenos, não vá o diabo tecê-las. Deve ser isto que eles chamam livre circulação de pessoas e bens.
Todavia, assim como nem tudo são rosas, também nem tudo é negro; sobretudo para os ciganos. Uma decisão (histórica) do Tribunal de Estrasburgo, obriga o Estado Checo a indeminizar famílias ciganas cujos filhos foram remetidos para escolas especiais só para ciganos. O Tribunal considerou que uma tal prática configurava um claro caso de discriminação com base na etnia e que devia ser imediatamente descontinuado. Não obstante, um ministro romeno ter dito, em conjunção com o sobressalto italiano, que a Roménia já tinha pensado adquirir um território no Egipto (suspeita-se que no deserto) para meter lá os ciganos. Sugere-se antes a Palestina que assim como assim já é alvo de uma limpeza étnica em curso.
Vasco Graça Moura, que raramente insiste em referendar decisões ou sequer em expandir processos decisórios democráticos, mostra-se particularmente preocupado com o Tratado de Lisboa. Pretende que este seja referendado, e sobretudo em Portugal. Segundo o plumitivo, foi isso que ficou acordado em período eleitoralista; por conseguinte, deve o tal princípio ser posto em prática e quanto antes. Não vê Graça Moura que se Portugal referendasse o tratado e se por hipótese a decisão fosse negativa, os outros Estados-membros se estariam a cagar? Ou julgará, na sua compulsão megalómana, que um “não” português produziria o mesma impacto que o “não” francês e holandês? Referendar o tratado como excepção portuguesa, num contexto em que os outros estados são maioritariamente contra o referendo, só serviria para mostrar quão frágil é Portugal nesta grande União.
Alguns de nós ainda vivem no canto X dos Lusíadas.
Em Itália, as medidas dramáticas propostas pela coligação encabeçada por Prodi, afinal não vão avante. Refiro-me à possibilidade de uma “extradição em massa” da população cigana após o estupro e assassinato alegadamente cometidos por um membro daquela comunidade. Optou-se pela mais legal forma de avaliar casos isoladamente, já que extraditar grupos é expressamente contra qualquer convenção de direitos humanos. Concomitantemente, a França e a Bélgica começaram a dar ordem de repatriamento a diversos ciganos romenos, não vá o diabo tecê-las. Deve ser isto que eles chamam livre circulação de pessoas e bens.
Todavia, assim como nem tudo são rosas, também nem tudo é negro; sobretudo para os ciganos. Uma decisão (histórica) do Tribunal de Estrasburgo, obriga o Estado Checo a indeminizar famílias ciganas cujos filhos foram remetidos para escolas especiais só para ciganos. O Tribunal considerou que uma tal prática configurava um claro caso de discriminação com base na etnia e que devia ser imediatamente descontinuado. Não obstante, um ministro romeno ter dito, em conjunção com o sobressalto italiano, que a Roménia já tinha pensado adquirir um território no Egipto (suspeita-se que no deserto) para meter lá os ciganos. Sugere-se antes a Palestina que assim como assim já é alvo de uma limpeza étnica em curso.
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