sem acentos
A morte de Benazir nao me surpreendeu. O que poderia surpreender numa morte anunciada? So se fosse a cronica (grande trocadilho). Mas e exactamente isso. E apesar de estar sem acentos, quero afirmar que o que surpreende na morte de Benazir e a cronica da sua morte anunciada. Surpreende porque a mentira se tornou um resquicio da banalizacao da opressao. Surpreende porque a maior democracia armada (como a cunhou PPereira, luzindo-lhe os olhos com uma conviccao de justeza e de bondade), os Estados Unidos nao sabem fazer outra coisa senao mentir. Nem e tanto que estes - os Estados Unidos, a patria da liberdade - mintam especialmente mais do que os outros. A diplomacia e um enredo de mentiras. Mas surpreende igualmente que devamos acreditar neles - esta entidade confusa a qual devemos jurar lealdade: in god we Trust and joint venture!
O mais provavel? O assassinato de Benazir por Musharraf ou pelos seus proceres. O mais improvavel, a al qaida ter alguma coisa a ver com o assunto. E Bush e o seus conselheiros a venderem ao mundo que estavam preocupados:; que Benazir era o seu candidato; que a democracia no Paquistao so podia ser defendida por uma mulher como Benazir, e mais a treta do costume.
Bandeira a meia haste na CNN. Um sorriso compungido assoma na boca da locutora. Por tras uma velha fotografia de Benazir sobrevoando fantasmagoricamente o tempo da sua vida. Nem mais palavras serviriam de epitafio.
Ninguem e louco. Ou melhor: ninguem e suficientemente louco para, nao sendo louco, arriscar a morte. Benazir deve ter tido garantias dos servicos secretos americanos. Porem, como ja vem sendo habito, enganaram-se. Terao dito que, sim senhora, que lhe dariam cobertura, que nao se preocupasse, que o Paquistao estava a beira de uma viragem historica, mais ou menos o que dizeram a Sadam quando este bombardeava o Irao.
E Benazir la foi. Saiu do seu exilio dourado para acabar nas maos de um bombista - daqueles, Benazir!, os que sao verdadeiramente loucos, os que se fazem explodir porque acreditam numa causa. Estes sao os loucos.
Por outro lado, Benazir foi a mais louca de todos. Acreditou na diplomacia; na diplomacia de Bush. E arriscou. Para mim so o fez porque tinha garantias. As mesmas que foram dadas em relacao as armas de destruicao macica do Iraque. As mesmas honestas garantias que sao dadas pelos mesmos servicos secretos americanos de que o Irao quer rebentar o mundo com bombas atomicas. E foi. Arriscou. Quis participar na onda de mudanca que varria o Paquistao; mais, quis ser a origem dessa onda. Acreditou na diplomacia.
A guerra e a continuacao da politica por outros meios, julgava-se. Benazir nao estudou com atencao a nova cartilha dos neoconservadores: a morte e a continuacao do imperio pelos mesmos meios - desde que possa ser imputada a al qaida.
O mais provavel? O assassinato de Benazir por Musharraf ou pelos seus proceres. O mais improvavel, a al qaida ter alguma coisa a ver com o assunto. E Bush e o seus conselheiros a venderem ao mundo que estavam preocupados:; que Benazir era o seu candidato; que a democracia no Paquistao so podia ser defendida por uma mulher como Benazir, e mais a treta do costume.
Bandeira a meia haste na CNN. Um sorriso compungido assoma na boca da locutora. Por tras uma velha fotografia de Benazir sobrevoando fantasmagoricamente o tempo da sua vida. Nem mais palavras serviriam de epitafio.
Ninguem e louco. Ou melhor: ninguem e suficientemente louco para, nao sendo louco, arriscar a morte. Benazir deve ter tido garantias dos servicos secretos americanos. Porem, como ja vem sendo habito, enganaram-se. Terao dito que, sim senhora, que lhe dariam cobertura, que nao se preocupasse, que o Paquistao estava a beira de uma viragem historica, mais ou menos o que dizeram a Sadam quando este bombardeava o Irao.
E Benazir la foi. Saiu do seu exilio dourado para acabar nas maos de um bombista - daqueles, Benazir!, os que sao verdadeiramente loucos, os que se fazem explodir porque acreditam numa causa. Estes sao os loucos.
Por outro lado, Benazir foi a mais louca de todos. Acreditou na diplomacia; na diplomacia de Bush. E arriscou. Para mim so o fez porque tinha garantias. As mesmas que foram dadas em relacao as armas de destruicao macica do Iraque. As mesmas honestas garantias que sao dadas pelos mesmos servicos secretos americanos de que o Irao quer rebentar o mundo com bombas atomicas. E foi. Arriscou. Quis participar na onda de mudanca que varria o Paquistao; mais, quis ser a origem dessa onda. Acreditou na diplomacia.
A guerra e a continuacao da politica por outros meios, julgava-se. Benazir nao estudou com atencao a nova cartilha dos neoconservadores: a morte e a continuacao do imperio pelos mesmos meios - desde que possa ser imputada a al qaida.
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