Wednesday, August 29, 2007

Verdes são os campos


Sobre o verde-eufémia...sugere-me assassinaram Catarina e os enapá 2000, grupo de extrema-direita, pretensamente anarquista, mas é isso que de repente me assalta.
Incitações à desobediência civil, recordo Pinta da Costa a berrar que só queria ver Lisboa a arder, e um bando de energúmenos do fêcêpê a partir vidros por aí abaixo em qualquer restaurante de auto-estrada (a beira da estrada já era) onde a comitiva parasse.
Imaginem agora se quando houvesse um piquete de greve, malta que, talvez por teimosia, não se consola em perder os empregos e ir pó olho da rua, ficassem todos histéricos a gritar desobediência civil e a acusá-los de terroristas? (estão aqui a dizer-me que isso já acontece, porra).
Daí que o desconforto justificativo de alguns sectores de esquerda que, em boa verdade, estão longe de ser críticos da acção dos “eufemistas”, cheira a fascismo e reveste-se daquele mesmo engolir em seco que qualquer pessoa que não carpisse pela queda das torres gémeas se via forçada a repetir sob pena de ser rotulada de potencial aliado do terror. Porque uma coisa é não concordar outra coisa é ser-se obrigado enfaticamente a mostrar que não se concorda. A esta obrigatoriedade, a esta exposição pública das vontades contrafeitas, tendo a chamar ditadura.

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