Monday, January 07, 2008

Até que a morte o separe...

Este blogue é admissivelmente chato. O qualquer está lá para desviar atenção – nem isto é do qualquer nem os quaisqueres que por vezes por cá passam são indignos de menção. O que não nega que o blogue seja chato, chatíssimo. O que ele não é – e isso podem indignar-se à-vontade, crispar os dedos em furibunda rebelião ou matar-se para o infirmar -, exactamente, o que ele não é, é cagão (e sabemos bem como esta expressão tem sido abusada as mais das vezes por esses mesmos cagões encartados que pululam por aqui e por ali). O que é ser cagão? É dizer isto, atente-se: O Francisco publica uma lista de restaurantes que, ou optaram por fumo total, ou por áreas de fumo. Prova provada de que a norma legal cede à decisão dos proprietários. Algumas dessas moradas fazem parte do meu circuito: Gambrinus, Olivier, Pizzeria Lucca, Solar dos Presuntos, Vírgula, e também El Corte Inglés (o do sétimo piso), todos em Lisboa. E, no Porto, o Cafeína. E no cuzinho, não gosta? Entre cagalhão entalado e nariz empinado, que venha o esfíncter e diga de sua justiça. Ora este blogue pode ser muita coisa (por vezes tem frases que não lembram ao cornudo, num desmando meio eclético, que não aquece nem arrefece) mas cagão é que ele não é. Porque um cagão, quer seja em palavra escrita quer em verbo afivelado na garganta, faz sempre por parecer que o é. Nem isto merece grande espantação, ou não fosse a cagança o alimento do pedante - a cagança é o estrume onde medra o desprezo. Mas que raio, o desprezo pelos outros? Não, o cagão anda em alcateias, nisto de cheirar cuzinhos, acompanham-se todos, uns aos outros, e à vez, pela brenha, como bonitos lobinhos. Por isso, o cagão não caga em tudo nem em todos; tem afinidades electivas, como diria o outro, com quem partilha a cagança em festival de grande cagança, pois então!
Digo que anda para aí muito panasca e fressureira a lamberem os cus uns dos outros. Nem me vou pôr a cismar em tão aviltante acto – isto é Portugal e Portugal, já dizia o mui antigo mestre, ressuma a cagamerdeira. Teremos pois tendência coprofílica, essa bem inscrita na nossa história, deixada, coloco à apreciação de Vocência, pelos muitos anos (qual quê? Séculos, é que foi!) de convivência com a moirama, que é bem sabido, por alguns não-ditos e desditos do Pinto, o Fernão, que era dada a encavar cristãos.
Por isso se houver cabrão que para aqui venha deixar mensagens a acusar o blogue de ser chato, afiance-se que um dos seus autores – o presente escriba – concorda perfeitamente. Agora, cagão é que ele não é!
(fica aqui a minha singela homenagem ao Luiz Pacheco – paz à sua alma. Não é fiel ao original? Nem sequer lhe chega aos calcanhares? Pois se calhar não; mas o original é inimitável, nem eu pretendo imitá-lo, arremediá-lo, sim, mas imitá-lo?, nem pensar – percebem a diferença? É que também me estou a cagar…Lembrar sempre: "pãozinho, srs do surrealismo, pãozinho!")

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