Irra, qué relapso e contumaz!
Considero Baptista Bastos o melhor prosador vivo da língua portuguesa. Não é o melhor romancista, mas ninguém lhe leva a palma a escrever português – e este, ao menos, sabe pôr vírgulas e pontos finais com a precisão de um relejoeiro. Considero igualmente que Baptista Bastos está a fazer um favor ao DN de Luís Delgado com as suas crónicas azedas contra Sócrates e o PS. Não é que elas não sejam necessárias; mas a concentração num só assunto, numa só pessoa, afigura-se estrategicamente errada.
Acusaram-me recentemente de ser "anti-anti-PS". Não sou. Diria antes que sou anti-PSD antes de ser anti-PS. Infelizmente, parece que alguns não compreendem a diferença. Por isso vou, numa breve cogitação, tentar explicá-la. A primeira diferença encontra-se no facto de o PS ter um Alegre que diz o que disse. Tal não pode ser considerado de somenos. Quando vemos que as lutas intestinas do PSD têm sistematicamente por função proteger o corpo partidário, percebemos que são lutas de galos e não lutas de ideias. Segundo, o PSD não tem ninguém que se coloque fora do eixo de direita conservadora. As visões do imaginário pereiresco, não passam disso mesmo, de visões; e mesmo que queira inventar algumas consciências partidárias de pendor social-democrata, as intervenções e posições tomadas pelos membros do seu partido, desmentem-no à saciedade.
No PS, admito, eles vão escasseando, mas ainda existe algum pluralismo, quanto mais não seja no espectro de militantes, se não no do governo. No PSD, o partido que tinha por obrigação ser o mais liberal de todos, tudo afina pelo mesmo diapasão. O que nem sequer constitui tarefa complicada, dado que a palavra de ordem é só uma: de bem com deus e com o Jardim! O da Madeira? Não, o Gonçalves. Se a ele acrescentarmos os “Espírito Santo” e o pai Balsemão, temos a trindade completa. Haverá partido onde a promiscuidade entre os grandes interesses económicos e o delineamento político é maior? Há, o PP. Mas esse é residual e na verdade, não fosse a sua postura trauliteira que irrita sobremaneira a intelligentzia do PSD, podiam todos ocupar o mesmo esconso que não se sentiria nenhuma claustrofobia – é lá que na realidade o PSD pertence, visto que nele não se vislumbra ponta de social-democracia.
E o PS, afinal o que é este PS senão os interesses dos grandes grupos económicos? Estou de acordo. Com uma pequena (se calhar não tão pequena assim) nuance. É que o PSD ocupa todos, mas sem excepção, lugares de poder fático. O que o PS conseguiu até agora são minudências. Anda a tentar conquistar algum território num campo completamente minado pelo PSD. E não é de espantar: o partido PSD é estruturalmente equivalente às classes possidentes. Ah, mas o PS está constantemente a negociar e a pactuar com essas mesmas classes - dizem. É verdade. Mas não é a mesma coisa. O facto de o fazer significa que não é homólogo, e é nesse interstício, nessa zona cinzenta que, esperançadamente, existe espaço de manobra. Enquanto no outro caso, a coincidência é de tal forma extrema, que o espaço de fricção é nulo.
Acusaram-me recentemente de ser "anti-anti-PS". Não sou. Diria antes que sou anti-PSD antes de ser anti-PS. Infelizmente, parece que alguns não compreendem a diferença. Por isso vou, numa breve cogitação, tentar explicá-la. A primeira diferença encontra-se no facto de o PS ter um Alegre que diz o que disse. Tal não pode ser considerado de somenos. Quando vemos que as lutas intestinas do PSD têm sistematicamente por função proteger o corpo partidário, percebemos que são lutas de galos e não lutas de ideias. Segundo, o PSD não tem ninguém que se coloque fora do eixo de direita conservadora. As visões do imaginário pereiresco, não passam disso mesmo, de visões; e mesmo que queira inventar algumas consciências partidárias de pendor social-democrata, as intervenções e posições tomadas pelos membros do seu partido, desmentem-no à saciedade.
No PS, admito, eles vão escasseando, mas ainda existe algum pluralismo, quanto mais não seja no espectro de militantes, se não no do governo. No PSD, o partido que tinha por obrigação ser o mais liberal de todos, tudo afina pelo mesmo diapasão. O que nem sequer constitui tarefa complicada, dado que a palavra de ordem é só uma: de bem com deus e com o Jardim! O da Madeira? Não, o Gonçalves. Se a ele acrescentarmos os “Espírito Santo” e o pai Balsemão, temos a trindade completa. Haverá partido onde a promiscuidade entre os grandes interesses económicos e o delineamento político é maior? Há, o PP. Mas esse é residual e na verdade, não fosse a sua postura trauliteira que irrita sobremaneira a intelligentzia do PSD, podiam todos ocupar o mesmo esconso que não se sentiria nenhuma claustrofobia – é lá que na realidade o PSD pertence, visto que nele não se vislumbra ponta de social-democracia.
E o PS, afinal o que é este PS senão os interesses dos grandes grupos económicos? Estou de acordo. Com uma pequena (se calhar não tão pequena assim) nuance. É que o PSD ocupa todos, mas sem excepção, lugares de poder fático. O que o PS conseguiu até agora são minudências. Anda a tentar conquistar algum território num campo completamente minado pelo PSD. E não é de espantar: o partido PSD é estruturalmente equivalente às classes possidentes. Ah, mas o PS está constantemente a negociar e a pactuar com essas mesmas classes - dizem. É verdade. Mas não é a mesma coisa. O facto de o fazer significa que não é homólogo, e é nesse interstício, nessa zona cinzenta que, esperançadamente, existe espaço de manobra. Enquanto no outro caso, a coincidência é de tal forma extrema, que o espaço de fricção é nulo.
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