Museologia
O David conhece a arqueologia por dentro; quer dizer tem um conhecimento caldeado pela praxis do arqueólogo. O seu blog tem o tanto austero como simbólico nome de “Centurião”. Entramos e não nos desiludimos.
O “centurião” rescende a batalhas; a guerras pela humanidade. Guerras do alecrim e mangerona. Num tom elegíaco, entre o escatológico e o romântico, recebemos comovidos o fervor atávico do “centurião” em frases como
A europa vive sob o terror do espectro do racismo. Imersa no medo de si propria. Na culpa pos-colonial. E no relativismo epistemologico. Este degenerou misteriosamente no relativismo moral.
Ficamos imediatamente com a sensação de estar em presença de um hibrído; uma clonagem que misturou o cérebro do Prof. César das Neves com os intestinos do Prof. João Carlos Espada. Tenham medo, tenham muito medo, porque o “centurião” arremete novamente:
Os multiculturalistas exigem que a lei deve reconhecer direitos para culturas e comunidades. Entre elas a dos canibalistas. Se no forno do canibalistas está o peito de um cidadao é um direito que deve ser consagrado pela personalidade juridica que especifica a comunidade canibalista. (...) A autonomia nao existe, é uma escolha efectuada por algo sobre-individual. A comunidade. O individuo nao existe, apenas o grupo é real, a sua vontade é a da vontade geral. A vontade do grupo. Da comunidade que pensa por ele. O multiculturalista vê no canibal uma passividade biologica, e a impossibilidade de transcendencia do limite cultural.
Mas para além da peste multicultural existe uma aliança entre canibais, islâmicos e...a esquerdalha
A coligação de movimentos que encontra asilo ideológico na turbulência politica das ONG’s, em grupos políticos mediáticos que nunca morreram de amores por “isto”, e na violência saída das ruas de Seattle e Génova, não escondem motivos e aspirações, não se comovem com a democracia liberal, e ainda envenenados pelo ópio do marxismo, aspiram contribuir para a derrocada do capitalismo e a sociedade burguesa alinhando ao lado do Islão radical pois este tem no ocidente a efígie do “mal”.
Fica aqui denunciada a conspiração entre o Islão radical e a esquerda. Diz-se que o Zé Neves lê o Corão diariamente e que a Luísa Mesquita será substituída por um imam na Câmara de Santarém. A alucinação por vezes nem necessita dos mais fortes psicotrópicos...
Mas isto não fica por aqui. Recentemente, o homem furibundo que se aloja no “centurião” – é verdade a voz que se ouve não é uma reencarnação do Teixeira de Pascoes versão século XXI, tem mesmo corpo e alma, ou melhor, tem flesh and blood como diriam os brits – confessa a sua misantropia! Que lhe cheiram mal os autocarros; que há gente a mais nas cantinas da universidade; que teria que vir um bacilo para acabar com esta merda. Nós conhecemos o arrazoado: os génios incompreendidos gostam muito de montar o circo do misantropo. Mas por quem é que estes gajos se tomam? Se os alunos do David descobrem que lhes tem peçonha, que desdenha a sua presença, que a mera ideia de partilhar o mesmo espaço lhe causa repulsa, é caso para processo disciplinar, porra! Ou não? E depois, o que é um jihadista convicto ao pé de um DLM galvanizado? Nada. Este homem é um perigo público. Já pensaram se ele instila estes sentimentos nos alunos. As mentes melífluas que iremos ter que aturar só porque foram bafejadas pelo toque de midas do David? Eu prefiro nem imaginar. E a ideia do bacilo? Chiça, vai pelo mesmo caminho do japonês maluco do gás sarim....não, não, não é nada disso: qualquer dia teremos um vídeo no youtube: SturmgeistDLM e depois...depois não quero sequer pensar o que fará o DLM quando entrar na universidade no dia seguinte. Preparem as paragonas, porque o próximo Colombine vai ser algures entre Santa Maria da Feira e Vigo!
Pois é. Se és jovem, descerebrado, islamofóbico, um tudo nada racista, nacionalista incorrupto, detestares canibais e, de preferência, o resto da humanidade, então o Centurião é o teu blog!
Não se aprende muito, mas a prosa é boa, para quem gosta de Holderlin engarrafado em Sagres. Passem por lá, se gostarem de dinossáurios. Sobretudo se forem “excelentíssimos”.